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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

AGOSTO MÊS DAS VOCAÇÕES

A vocação, quando tratada bíblica, teológica e pastoralmente, encerra a ideia de um chamado que tem sempre uma iniciativa divina. Assim sendo, a vocação não compreende a iniciativa humana como elemento determinante, não entrando, portanto, a questão do “merecimento humano.” Por isso, diferentemente de uma profissão, que tem tudo a ver a com iniciativa da pessoa e com a doutrina do mérito, diante do investimento que fez para obtê-la e exercê-la, a vocação tem um “caráter teocêntrico” e somente pode ser entendida e assumida sob esse ângulo. Evidentemente, a gratuidade da vocação, que é “um livre e insondável decreto divino”, não dispensa a pessoa do necessário e apropriado empenho para responder e corresponder a esse chamamento, de maneira consciente e responsável.

Biblicamente, a vocação é um chamado de Deus, como se encontra no Antigo Testamento; é um chamado a um povo, como fez Deus em relação ao povo de Israel, mediante uma aliança, a fim de que, na condição de eleito, fosse “como mediador a serviço dos povos.” (Gn 12, 2-3) É um chamado a uma pessoa, em vista de uma incumbência, de um serviço, de uma “Missão em prol dos outros.” Assim aconteceu em relação à vocação de Moisés que teve a missão de retirar o povo hebreu da escravidão do Egito e conduzi-lo à terra prometida. O chamado divino revelou-se surpreendente para alguns profetas, como Jeremias: “Veio a mim a palavra do Senhor: ‘Antes de formar-te no seio de tua mãe, eu já te conhecia, antes de saíres do ventre, eu te consagrei e te fiz profeta para as nações’. Eu respondi: ‘Ah! Senhor Deus, não sei falar, sou uma criança’.” (Jr 1, 4-6) Amós também se questionou: “Não sou profeta nem discípulo de profeta! Sou vaqueiro e cultivo sicômoros. Foi o Senhor Deus que me tirou de detrás do rebanho e me ordenou: ‘Vai profetizar contra Israel, o meu povo!’ ” (Am 7,14-15)

No Novo Testamento, a vocação é um chamado de Jesus Cristo a homens e mulheres para segui-lo e anunciar o Reino de Deus. Uns disseram sim e foram perseverantes até o fim, como os apóstolos (cf. Mc 3,13-19), à exceção de Judas que disse sim ao chamado e não à fidelidade (cf. Mt 26,14-16); outros colocaram condições para segui-lo (cf. Lc 9,57-62) ou não revelaram as necessárias disposições de desprendimento. (cf. Mt 19,16-30) Embora o perseguisse, na pessoa de seus seguidores, Jesus não descarta o chamado a Paulo, por conhecer a autenticidade de sua personalidade, a generosidade de sua alma e a sinceridade de sua prática judaica, traços que estão muito bem evidenciados em sua trajetória missionária.

Teologicamente, a vocação tem sua consistência na relação de intimidade com sua origem, a Trindade, em quem se espelha, onde encontra sua iluminação e a quem consagra o seu ser e o seu viver. “Cada vocação está ligada ao desígnio do Pai, à missão do Filho, à obra do Espírito Santo. Cada vocação é iluminada e fortalecida à luz do mistério de Deus”. (...) É um convite para ficar com Ele, para participar da sua vida (cf. 1 Ts 4,17; Jo 17,24; 1 Pd 5,1).”

Pastoralmente, o chamado de Deus tem uma “Dimensão específica: toda vocação, mesmo sendo vivida na comunidade e a serviço da comunidade, é personalizada. Ou seja: cada cristão ou cristã responde ao chamado do Pai de acordo com os dons e carismas recebidos do Senhor. Assim sendo, a ‘vocação específica’ (leiga, de vida consagrada ou ministerial) é a forma concreta que permite a cada batizado ou batizada de dar a sua contribuição própria para a construção do Reino de Deus.” Por isso, na linguagem pastoral, fala-se de vocações, como o faz a Igreja no Brasil, ao celebrá-las, a cada ano, em agosto, mês Vocacional: “1º Domingo: “vocação para os ministérios ordenados (bispo, presbítero e diácono); 2º Domingo: vocação para a vida em família; 3º Domingo: vocação para a vida consagrada (vida religiosa contemplativa e missionária, institutos seculares, sociedades de vida apostólica e tantas novas formas de vida religiosa); 4º Domingo: vocação para os ministérios e serviços na comunidade e na sociedade”.

Na história da Igreja, de ontem aos dias de hoje, encontram-se exemplos edificantes de pessoas com total fidelidade à iniciativa do chamado divino, mediante a consagração de sua vida à causa do Reino, nessas várias faces da vocação.

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